A comunicação é um processo de interação no qual são compartilhadas mensagens, idéias, sentimentos e emoções, podendo influenciar o comportamento das pessoas, que reagirão a partir de suas crenças, valores, histórias de vida e cultura. A comunicação verbal exterioriza o ser social e a não-verbal o ser psicológico, sendo sua principal função a demonstração dos sentimentos. Dentre os tipos de comunicação não-verbal destaca-se a tacêsica, que é a linguagem do toque, seu local, tempo de contato e formas de aproximação. A Enfermagem, enquanto ciência do cuidar, tem na comunicação importante aliada para tornar sua prática cada vez mais humanizada, principalmente quando trabalha com grupos estigmatizados como os portadores do HIV. A analogia entre comunicação não verbal e universo do HIV fica evidente quando se trabalha com binômios mães HIV positivo e filhos verticalmente expostos dado que esse é um momento em que as relações de apego são estabelecidas. Este estudo objetivou analisar a comunicação não verbal sob o enfoque da tacêsica entre mãe HIV positivo e filho verticalmente exposto. Estudo exploratório descritivo realizado no Laboratório de Comunicação em Saúde da Universidade Federal do Ceará durante o segundo semestre de 2007. Realizou-se filmagem das mães banhando suas crianças e aplicou-se questionário com dados socioeconômicos e obstétricos. Pode-se observar que o banho é momento propício para a análise da tacêsica visto que tem tempo prolongado e o contato é inevitável. Observou-se ainda que o distanciamento já esperado pela impossibilidade da amamentação é minimizado por numerosas manifestações de toque intencional, toques prolongados e de intensidade firme, sendo essas as características predominantes na análise do toque durante a interação do banho. Conclui-se que relações mãe-filho inseridas no universo do HIV devem ser estimuladas visando à promoção de cuidado mais eficaz a essa clientela. |