A falta de uma orientação adequada sobre conceitos básicos de saúde pública para a população de maneira geral, principalmente para a de baixa renda, e a falta de recursos financeiros que impede o funcionamento satisfatório dos hospitais da rede pública aliadas ao pequeno número de leitos disponíveis para o cuidado do recém-nascido doente, fazem com que o transporte neonatal no Brasil assuma um papel diferente daquele desempenhado nos países de primeiro mundo. Este estudo relata as condições de transporte a que são submetidos os pacientes neonatais de risco, transferidos dos municípios alagoanos para a unidade neonatal da Maternidade Escola Santa Mônica, instituição pública vinculada a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e que funciona como referência no atendimento às gestantes e neonatos de risco. O objetivo da pesquisa é identificar as condições de transporte dos recém-nascidos e as alterações clínicas mais evidentes relacionadas ao transporte. Estudo transversal descritivo, onde 69% da amostra foi composta de recém-nascidos transportados em ambulância sem suporte básico de vida; 74% sem contato prévio com a referência; 36% sem oxigênio na ambulância; 95% sem médico acompanhante; 95% sem incubadora de transporte; 82% sem acesso venoso; 64% sem documentação de transferência; 49% em hipotermia e 85% encontravam-se com desconforto respiratório. Conclui-se que os municípios do interior de Alagoas apresentam percentuais muito negativos no que se refere à transferência inter-hospitalar de neonatos graves. Percebeu-se através do estudo que para transformar esta realidade não é necessário apenas regionalizar a assistência perinatal, como também a determinação das políticas de saúde para garantir a população o acesso aos serviços de saúde. |