Os portadores de transtorno mental foram durante muito tempo segregados da sociedade em manicômios, sendo considerados violentos, imorais e perigosos. Com o intuito de romper com este paradigma, surgiu a reforma psiquiátrica, processo político e social organizado por variados setores da sociedade visando elaborar novas estratégias de assistência em saúde mental, priorizando o resgate da cidadania e dos direitos dessas pessoas. A atuação do Enfermeiro se torna essencial para a o alcance desses objetivos, dado o seu papel de agir como instrumento não-material para elaboração de técnicas alternativas que proporcionem a expressão de sentimentos e emoções. Objetivou-se relatar a experiência adquirida por acadêmicos de enfermagem durante a atividade prática da disciplina de Saúde Mental. O campo e prática foi o hospital-dia, anexo a um serviço de referência em saúde mental. Desenvolveu-se a atividade durante o mês de Dezembro de 2007, totalizando 18 horas. A equipe de estágio foi composto por 7 (sete) alunos. Os grupos de expressão contemplaram as temáticas: lazer; família; auto-estima e bem-estar. Os temas foram trabalhados por meio de estratégias lúdicas como pintura, desenho, colagem e musicoterapia. Além disso, cada acadêmico acompanhou individualmente um paciente, com o intuito de estabelecer o relacionamento terapêutico através da comunicação. A abordagem utilizada funcionou como canal para a exteriorização de sentimentos vivenciados pelo portador de transtorno mental como preconceito, abandono, impotência e desesperança. Em contrapartida, eles mostraram a imensa capacidade de surpreender e que não há barreiras para o alcance da felicidade. O hospital-dia mostrou ser um campo rico para aquisição do conhecimento relativo à Saúde Mental. Passar a enxergar a vida com outros olhos, respeitar o ritmo do outro e nunca subestimar a capacidade do ser humano, foram as principais lições aprendidas. |