A enfermagem lida com a dor e o sofrimento do ser humano desde que se conhece como enfermagem. É inerente à profissão o cuidado prestado ao indivíduo, garantir-lhe boas condições de saúde física e mental e permitindo o autodescobrimento de mecanismos de enfrentamento das adversidades, da dor e do sofrimento que determinadas ocasiões impõem. Nessa perspectiva, o relacionamento terapêutico, no qual partilham-se e compreendem-se idéias, é um recurso usado como meio de intervenção na assistência de enfermagem. Nesse processo, a escuta e a observação são fundamentais, principalmente porque a escuta é uma habilidade de auto e hetero-compreensão. Esse recurso trata-se de uma tecnologia de cuidado que possui um rol de saberes e práticas destinadas ao entendimento do ser humano em sua totalidade, de suas limitações, possibilidades, necessidades imediatas e potencialidades. O estudo objetiva relatar a vivência durante a prática da disciplina de Saúde do Adulto II do curso de graduação em Enfermagem (UFC). Trata-se de um relato de experiência de escuta terapêutica com um cliente com esquizofrenia paranóide, vivenciado no Hospital-Dia (Saúde Mental). O relacionamento estabelecido com o usuário do hospital dia foi satisfatório e interativo. Entretanto, o relacionamento terapêutico, resultou em dificuldade inicial do cliente em expor seus sentimentos e angústias. O enfermeiro, portanto, como agente terapêutico em saúde mental, auxilia o cliente, permitindo a reflexão, o crescimento pessoal, o reconhecimento de si como importante promotor do autocuidado e o desenvolvimento de habilidades para o enfrentamento do sofrimento e da reintegração social. |