Anais - 11º CBCENF

Trabalhos

Título PERCEPÇÃO DA CRIANÇA SOBRE O SIGNIFICADO DA AGRESSÃO FÍSICA INTRAFAMILIAR
Autores
CLARISSA COELHO VIEIRA GUIMARAES (Relator)
OSVALDO ALBUQUERQUE SOUSA FILHO
MIRNA ALBUQUERQUE FROTA
LUCY MAGALHÃES PEREIRA GONÇALVES
HELENA FLÁVIA COSTA MARTINS
Modalidade Pôster
Área Enfermagem na saúde da criança e adolescente
Tipo Pesquisa

Resumo
Objetivou-se investigar a percepção da criança vítima da violência física no meio intrafamiliar, analisando as nuances que estão por trás deste fenômeno. A violência física intrafamiliar é um tipo de violência de natureza interpessoal, na qual se verifica transgressão do poder disciplinador e coercitivo do adulto, reduzindo a criança ou adolescente à condição de objeto de maus-tratos. No acompanhamento aos atendimentos no Núcleo de Enfrentamento a Violência Contra a Criança e o Adolescente percebeu-se que muitos dos agressores são diretamente ligados ao menor, geralmente moram com estas crianças, são pais, padrastos, madrastas, irmãos, tios, entre outros. Assim, o ambiente que deveria ser considerado como seguro, propiciador de cuidados, carinhos, atenção, tem se mostrado perigoso, podendo ser talvez o lócus de pânico para muitas crianças. Estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, realizado em duas Unidades Estaduais de Assistência à Criança, localizadas na cidade de Fortaleza - Ceará, nos meses de abril a novembro de 2007. Os informantes foram crianças vítimas de violência física no meio intrafamiliar. O instrumento de coleta dos dados foi a observação e entrevista semi-estruturada. Realizou-se análise temática de acordo com a convergência das falas, resultando as categorias temáticas: Instrumento da agressão; Razão da agressão e Significado da agressão. Os resultados levaram a compreender que os sentimentos que as crianças têm em relação aos agressores são complexos, mas resulta em comportamentos pouco convencionais a faixa etária. Conclui-se que o sentimento predominante nas vítimas de maus tratos físicos é o medo da nova agressão, medo das conseqüências da denúncia, medo da separação da família, medo do destino após a condição de abrigada, entre outros. A pessoa que passa por essa experiência pode ter feridas curadas, mas as cicatrizes permanecerão e farão relembrar os momentos difíceis vividos na infância.