Acidentes automobilísticos, quedas acidentais na prática de esportes, mergulhos em águas rasas, agressões e a violência urbana levam a dar entrada nos serviços de emergência, vítimas do trauma raquimedular. A lesão da medula caracteriza-se por distúrbios neurovegetativos localizados abaixo da lesão por alterações da motricidade, da sensibilidade superficial e profunda. Este estudo teve como objetivo realizar uma reflexão crítico-analítica quanto à importância da assistência pré-hospitalar especializada às vítimas de trauma raquimedular. O tipo de pesquisa abordado neste estudo foi a bibliográfica descritiva, onde constatou-se que a incidência de traumatismo raquimedular é de 71 casos/ 1 milhão de habitantes por ano no Brasil. O pico de incidência é entre 16 e 30 anos, com relação entre homens e mulheres de 4:1. A maioria das lesões encontra-se na região cervical baixa e na junção torocolombar. A mortalidade por traumatismo raquimedular varia de 7 a 36%, dependendo do nível da lesão, da idade do paciente e da complexidade das lesões associadas. O drama desses pacientes começa no próprio local do acidente, onde leigos e curiosos, manipulam-os inadvertidamente, tornando um caso simples, em uma secção completa de medula. A secção completa da medula ocorre em 3 a 10% dos casos de trauma raquimedular, é o segundo acidente causado em virtude da manipulação e imobilização inadequadas do acidentado, na ausência de um serviço de resgate, para o atendimento pré-hospitalar. A avaliação da gravidade do trauma e a instituição de manobras para suporte básico da vida, no local do evento, podem representar a oportunidade de sobrevida para as vítimas até a sua chegada ao hospital. A demora no atendimento implica na morte ou em seqüelas irreversíveis, principalmente, se tratando de trauma raquimedular, sendo assim, o atendimento de forma segura e correta, pode representar a dicotomia entre a vida e a morte, entre a incapacidade leve temporária e a incapacidade grave permanente. |