Considerando que a comunicação é fundamental para que haja um vínculo entre o profissional de saúde e o seu cliente, faz-se necessário discutí-la durante o atendimento de saúde, em especial ao surdo por intermédio da língua de sinais. No Brasil, as comunidades surdas utilizam a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que é definida por Rinaldi (1997) como um sistema convencional de sinais estruturado da mesma forma que as palavras das diferentes línguas naturais, permitindo a expressão de qualquer conceito ou significado decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do ser humano (BRITO 1997). O estudo teve como objetivos discutir a comunicação por intermédio da LIBRAS como código importante no atendimento de saúde aos surdos; investigar como se estabelece a comunicação entre os profissionais de saúde e os surdos durante o atendimento, identificando as facilidades e as dificuldades manifestadas nessa comunicação. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa – descritiva com dados coletados a partir de uma entrevista semi-estruturada, com sete surdos, no Instituto Professor Astério de Campos, sendo as perguntas e respostas traduzidas pelo intérprete de LIBRAS. Os dados coletados foram processados por meio de categorização de resultados que evidenciaram uma série de dificuldades na comunicação entre o surdo e o profissional de saúde, tais como não compreender a fala, não conseguir oralizar ou sequer interpretar a escrita dos profissionais. Outro aspecto bastante evidente nas falas dos informantes refere-se ao grande anseio em encontrar profissionais capacitados para atendê-los devidamente, que saibam LIBRAS, ou que pelo menos tenham o interesse e disponibilidade em aprender. Desse modo, a comunicação com os surdos surge como um desafio aos profissionais que lhes prestam atendimento nos serviços de saúde, visto que o valor fundamental da linguagem está na relação em que as pessoas se fazem entender umas às outras. |