SENTIMENTOS VIVENCIADOS POR MULHERES INFECTADAS PELO HIV POR MEIO DO PARCEIRO FIXO
O estudo objetivou conhecer os sentimentos vivenciados por mulheres infectadas pelo HIV por meio do parceiro fixo; descrever a relação afetiva e sexual das mulheres com o seu parceiro diante da confirmação do diagnóstico, bem como discutir as informações das mulheres a respeito do HIV/AIDS e suas práticas preventivas. O aumento da transmissão do vírus HIV via relação heterossexual resultou no aumento dos casos entre as mulheres. Este fato conhecido como “feminização do HIV e da AIDS” tornou-se notável a partir dos anos 90 e intensificou-se nos últimos anos. Este fenômeno não está associado apenas às mulheres com vários parceiros, mas também se estende àquelas com parceiro fixo. Trata-se de uma monografia de caráter qualitativo-descritivo que teve como instrumento de coleta de dados um roteiro de entrevista semi-estruturado. Utilizou-se, como cenário, as casas de apoio Lar da Esperança e Lar da Fraternidade, onde foram realizadas 10 entrevistas com mulheres heterossexuais que estiveram ou estão em relacionamento com parceiro fixo. Para a análise do material coletado, utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Minayo.Os resultados indicaram que essas mulheres, antes da revelação de sua soropositividade, sentiam-se seguras por se considerarem imunes ao vírus HIV.No entanto, após o diagnóstico positivo, vivenciaram sentimentos de desespero, conformação, raiva e revolta. Sentimentos de rejeição e exclusão social, devido ao preconceito, também foram explicitados pelas entrevistadas. Quanto à relação afetiva e sexual, houve participantes que mantiveram o relacionamento com o parceiro e outras que chegaram ao término da parceria. Sugere-se, então, que o enfermeiro, por estar em contato maior com o paciente, deve trabalhar com as mulheres discutindo sobre: questões de gênero e percepção de risco para o HIV e envolver os parceiros estimulando-os quanto à prevenção própria e da parceira. |